CRÍTICA: ‘220 volts’ é ótimo

on segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Para quem não leu a crítica da Patrícia Kogut no jornal O GLOBO:


Paulo Gustavo é um velho conhecido das plateias de teatro. Em 2004, integrou o (numeroso) elenco da peça “Surto” e se destacou. Mas foi com “Minha mãe é uma peça” e, depois, com “Hiperativo” que ele explodiu em críticas positivas aliadas a filas nas bilheterias. Na televisão, fez várias aparições, a mais destacada na série “Divã”. Porém, nenhuma delas tinha explorado plenamente as possibilidades desse criador e ator da melhor qualidade. Foi o Multishow que enxergou e capturou seu talento e a estreia de “220 volts” no canal, na semana passada, já deixou clara a dimensão do acerto. Essa é, desde já, uma das melhores produções de humor no ar atualmente.

Na primeira edição, ele tratou de um tema comum a todos: o medo. Mais especialmente, de avião, de espíritos e de doenças. Quem não tem um tem outro. É que, experiente no ramo da stand-up comedy, Paulo Gustavo conhece a chave de acesso à empatia com seu espectador: a identificação. Então, entre seus truques para se garantir no avião, está “Olhar bem para a cara dos outros passageiros e ver se alguém aparenta ter algum carma a pagar. Se está todo mundo saudável, coradinho, o avião não cai”. Ele também dá uma dica ao comandante: “Atenção especial a este voo, por favor, olha pra frente, vai que vem um urubu desavisado...”. Sobre espíritos, ele pergunta: “Pra que conversar comigo? Você está num plano, eu, em outro; um dia a gente se encontra”. De doenças: “Não posso ler bulas de remédio, mas, se não leio, crio na cabeça e com detalhes”. O texto é bom, inspirado, e a fórmula — que mistura esquetes e entrevistas na rua —, simples, o segredo do bom ritmo.

Falando em ritmo, “220 volts” é muito feliz no >sav

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