Paulo Gustavo fala sobre seu novo projeto

on segunda-feira, 19 de setembro de 2011


Paulo Gustavo fala sobre sua carreira e sobre seu novo projeto, o programa '220 volts'


Ele tem 32 anos , uma carreira relativamente curta, mas já conquistou o público. Há seis anos em cartaz com o espetáculo Minha mãe é uma peça e depois de fazersucesso na televisão e nos cinemas com o cabeleireiro René, em Divã, Paulo Gustavo está se preparando para gravar seu primeiro filme, estreia o programa 220 volts no Multishow no próximo dia 18 e está em turnê com a peçaHiperativo. E bota hiperativo nisso. O ator, que ficou até doente com o ritmo frenético das gravações, falou ao JBsobre seus projetos, seus medos e sua trajetória. E com muito bom humor.
Como foi o seu primeiro contato com o teatro?
Foi quando eu estudei na CAL, onde eu me formei. Mas o meu primeiro contato profissional foi na peça Surto. Eles viajavam o Brasil fazendo a peça e eu entrei junto com a Samantha Schumtz pra fazer um personagem de mãe, que mais tarde virou o Minha mãe é uma peça.O Surto foi minha primeira experiência, onde eu fiz algumas participações. Já o meu primeiro projeto profissional foi o Infraturas, que tinha texto do Fábio Porchat e direção da Malu Vale. Nós estreamos em 2005 e ficamos oito meses em cartaz.
Paulo Gustavo como Dona Hermínia, em 'Minha Mãe é uma Peça', espetáculo que vai virar filme
E foi sempre comédia?
Sempre. Acho que a minha facilidade é no humor mesmo. É a minha praia. Comecei a trabalhar em 2005, mas acho que eu sou engraçado desde que eu nasci.
Tem vontade de fazer papeis mais sérios?
Vontade eu tenho, mas é uma coisa que não me preocupa agora. Até hoje só fiz comédia. Tem um vídeo que caiu no Youtube comigo fazendo uma cena de drama. Mas aquilo foi um texto que eu misturei uma cena do filme Jogo de cena, do Eduardo Coutinho, com outra história e gravei para me testar mesmo. E o pior é que tem muita gente que acredita! Eu recebo um monte de e-mails de pessoas dizendo que meu pai deve estar vendo todo o meu sucesso, orgulhoso, porque no texto o pai do personagem morre. Fico até feliz das pessoas acreditarem. É um sinal que eu fiz bem.
Como está o andamento do filme 'Minha mãe é uma peça'?
Vamos começar a gravar no ano que vem, estamos em fase de captação ainda. Quem vai dirigir é o José Alvarenga e eu vou fazer a mãe, a Dona Hermínia, que é o personagem que eu faço no teatro.
Para montar o espetáculo em 'Minha mãe é uma peça', você se inspirou exclusivamente na sua mãe?
Na minha mãe, com certeza. Mas durante o tempo que eu estava escrevendo eu também passei a observar melhor as minhas tias, as mães dos meus amigos, a minha empregada, Valdéia, que é uma pessoa muito inspiradora. Quando eu escrevi essa peça, achei que estava homenageando a minha mãe, mas depois eu descobri que estava homenageando todas as mães, porque mãe é tudo igual. Durante a peça eu vejo as pessoas se cutucarem e falarem: ‘Isso é você quem faz’. É muito legal.
E como será o programa '220 volts', no Multishow?
O programa vai estrear no próximo dia 18 e vai ser todas as terças, às 22h30. Ele nasceu do meu espetáculo Hiperativo e vai ter um auditório fixo, como se fosse um stand-up comedy. Todo programa tem um tema. São 13 episódios onde eu falo sobre vários assuntos. Os temas são desenvolvidos por vários personagens e é aí que entra a parte cômica. Por exemplo, no primeiro programa eu falo sobre medo: medo de avião, medo de espírito e medo de doença, que são os meus medos. Tem várias participações especiais, além do Marcos Magela e da Flávia Reis, que participam de todos os programas, pois são comediantes que eu admiro muito.
Quais são as suas expectativas para o programa?
Eu estou desesperado! Tô até com problema de intestino (risos). Gravo todos os dias, o dia inteiro. Hoje mesmo eu fui pro Centro do Rio fazer um "povo fala". Não esperava que fosse ser tão trabalhoso, mas está sendo muito importante eu trabalhar com TV porque sempre fui muito ligado ao teatro. Então tem algumas coisas que eu tenho dificuldade de fazer, alguns movimentos, como se portar em frente à luz. Estou achando super legal, mas é a maior ralação. Fiquei até doente.
Qual foi o trabalho que você fez que teve mais reconhecimento do público?
Divã e Minha mãe é uma peça, que está há quase seis anos em cartaz e dá super certo. Viajamos o Brasil inteiro com ela. No Divã eu fiz uma participação bem pequenininha como o cabeleireiro René. Mas teve uma repercussão incrível e eu acabei sendo convidado para fazer também o seriado. Esses dois trabalhos me deram uma projeção bem grande.
Você está agora em cartaz como o 'Hiperativo'? Fale um pouco do espetáculo.
É uma coletânea de histórias da minha vida, o meu olhar do mundo. Eu falo sobre as minhas inseguranças, meus medos, minhas paranoias. No primeiro bloco eu falo sobre os meus perrengues com inglês, no segundo sobre a minha insegurança com a beleza, no terceiro eu falo sobre como eu atraio muito maluco por ser um cara muito maluco, no quarto bloco eu falo sobre mãe - tudo que não entrou em Minha mãe é uma peça – no quinto eu falo sobre medo de avião é o sexto bloco é sobre peça cabeça.
Você faz muito personagem vestido, maquiado e, no 'Hiperativo', você está de cara lavada. Tem alguma diferença?
Você se expõe muito. Ou você pessoalmente é engraçado ou não é. Quando você está fazendo um personagem, ele meio que te protege um pouco. Quando a gente entra de cara limpa é a prova de fogo, tem que mostrar que você é engraçado na sua essência. Porque tem ator que é comediante, mas pessoalmente é mais sério, mais tímido. E eu descobri que eu também tenho esse dom.
Tem vontade de montar um espetáculo de improvisação?
Não tenho vontade nenhuma, eu sou uma farsa na verdade (risos). Se eu começar a fazer improvisação eu f. tudo, a plateia vai começar a ficar com ódio e me mandar embora. Meus amigos acham que eu sou ótimo para improvisar, mas eu não acho. Sou muito exigente comigo, também. Na semana passada, por exemplo, o som do teatro pifou e eu fiquei cinco minutos brincando em cima da história do som e a plateia morreu de rir. Foi uma improvisação, mas eu não gosto de arriscar. Preciso estar inspirado pra improvisar.
Você já viajou o Brasil inteiro com as suas peças. Qual plateia você acha mais receptiva?
O Minha mãe é uma peça é um espetáculo leve, descontraído e fala sobre mãe, que é uma coisa que todo mundo tem. Ou se não tem, tem alguma tia ou alguém que represente essa figura materna. Então eu acho que o espetáculo é tão divertido que qualquer plateia se diverte. Aonde tem mãe, a plateia se diverte. Seria injusto apontar uma plateia mais legal. Graças a Deus eu tive plateias ótimas no país todo.
Se apresentar em Niterói tem um gostinho especial?
Acho que é diferente não porque a plateia é melhor, mas porque eu sou de Niterói, fui criado aqui e moro até hoje. Parece que há muitos amigos na plateia, tem sempre alguma carinha conhecida. Acaba sendo um lugar especial, uma energia muito parecida com a minha. Acho que Niterói tem um borogodó diferente, tenho muito orgulho daqui.
Você sente que as pessoas esperam que você seja engraçado sempre? Isso te incomoda?
Sinto, e isso é um saco. Não tenho a menor paciência. Quando alguém quer que seja engraçado eu já fico com ódio. Acho que tem que ser natural. Ou você está engraçado na hora ou não. Tem vezes que eu fico tão na palhaçada que no dia que eu fico normal, as pessoas começam a achar que eu estou em depressão.
Como comediante, o que te dá mais prazer profissionalmente?
Quando o público recebe bem as coisas que eu faço. Para o comediante, a melhor coisa que tem é quando a plateia está disposta a rir, está aberta para brincadeira. Quando eu entro em cena, falo alguma coisa e o público já dá um estouro de risada eu já penso ‘Nossa, essa plateia está maravilhosa’.
Alguma vez você sentiu que os espectadores não estavam no clima do espetáculo?
Nunca. Quando a plateia não está no clima, me dá um fogo no rabo e eu falo pra mim mesmo: ‘Eu vou tirar um riso dessa plateia com certeza, ou eu não me chamo Paulo Gustavo’. É até um desafio.
O que você acha da sua carreira até aqui?
Eu acho muito legal. Tem muita coisa pra acontecer, uma estrada imensa para percorrer, mas eu sou um cara que não tem como não agradecer. Já comecei a carreira fazendo uma peça que fez sucesso, o que é uma coisa difícil. Até o Chico Anysio disse uma vez que fazer sucesso é um acidente de percurso. Então eu agradeço muito, sou muito feliz.

PS: O Fã clube estava presente no dia em que o som pifou no inicio da peça e podemos conferir o improviso de Paulo Gustavo.

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